Não deixarei que os dias voem céleres
Escondendo entre as horas
O que vai ao coração que chora.
Se o tempo correr muito trombando em meu pranto
Ousarei levantar a voz
Ousarei te pedir um minuto e implorar
(caso seja noite)
que as estrelas se despeçam da vida
e que o brilho do Sol
se apague ao contato dos lábios
(caso seja dia).
Ousarei, sim- Deus que me perdoe e console-
Gritar bem alto,
E gritar algo voraz mas também bem terno,
Algo que ecoe aos 7 cantos do mundo
E padeça aos pés do meu desvario.
Não; Não deixarei as manhãs passarem claras
Nem as noites, negras
Assim como não permitirei que o tempo me cicatrize as feridas jorrantes
Ou a desilusão me traga até este deserto estranho
Onde qualquer riso é mais medonho que uma lágrima.
A vida aí está- eu pressinto.
Seu perfume é levemente doce e pôr isso não permitirei que me tirem o olfato.
Ouvirei, ao passar dos dias
Uma música suave e rirei da rotina e das misérias humanas.
E do seu olhar que fulgurou minhas tristes horas infinitas,
Guardarei o brilho intenso
Aquele mesmo que morreu como morre o fogo, satisfeito
Após Ter devorado serenamente, tudo.
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